quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Miguel


Como Deus, neste mundo, não existe
Generoso, sem falhas, cumpridor
E por isso o fim de Miguel foi triste
Por achar-se perfeito, puro amor

A vaidade que ainda hoje insiste
Em fazer do mais puro, pecador
Agarrou o seu ego, pôs em riste,
Transformou em abutre o beija-flor

Pobre Miguel, está arrependido
De uma única ação tão desastrosa
Que borrou suas glórias do passado

Pensou em ser gentil com aquela rosa
Quando tudo se fez mais complicado
Obrigando o bom moço a ter mentido.